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O Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) divulgaram esclarecimentos em resposta à disseminação de informações falsas, em redes sociais, sobre exames de prevenção ao câncer de mama.

 

“É importante que sempre se cheque se há fontes identificadas nas informações recebidas e se elas são confiáveis. Sobre qualquer tipo de doença, o ideal é se atualizar junto a instituições reconhecidas no assunto”, aconselha o presidente do CONTER, Manoel Benedito Viana Santos. No caso do câncer, além da SBM, FEBRASGO e CBR, recomendamos o Inca, a Fundação do Câncer e outras instituições ligadas ao Ministério da Saúde. Se houver dúvida sobre a veracidade de algum conteúdo, o CONTER se disponibiliza a esclarecer, ou direcionar às instituições competentes, pelo e-mail [email protected].

Veja os esclarecimento do CBR:

1. O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres e a principal causa de morte por tumor no Brasil e no mundo. Entretanto, no Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos, a mortalidade pelo câncer de mama continua aumentando.

 

2. A causa do contínuo aumento da mortalidade é a falta de programas de rastreamento adequados ou a baixa adesão da população aos programas oferecidos – principalmente devido à falta de informação ou acesso às informações distorcidas, como essas recentemente veiculadas. Também se deve à falta de acesso aos tratamentos recomendados em tempo hábil.

 

3. Deve-se enfatizar que a Mamografia é o único exame que, quando realizado de maneira sistemática a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, comprovadamente leva a uma redução da mortalidade pelo câncer de mama. Isso foi demonstrado por meio de grandes estudos realizados em mais de 500 mil mulheres, sendo observado uma redução da mortalidade que variou entre 10% a 35% no grupo de mulheres submetidas ao rastreamento em relação àquelas que não eram submetidas.

 

4. Dessa forma, as principais sociedades médicas no Brasil e no mundo são unânimes em recomendar o rastreamento mamográfico para as mulheres assintomáticas, iniciando a partir dos 40 anos ou 50 anos (dependendo do país), com uma periodicidade anual ou bienal (também variando em alguns países). No Brasil, as sociedades médicas recomendam o rastreamento mamográfico anual para as mulheres entre 40 a 75 anos.

 

5. O autoexame detecta o tumor quando o mesmo já está em uma fase adiantada, não tendo estudo que comprove qualquer benefício para a redução da mortalidade, não devendo ser adotado como método de rastreamento.

 

6. O risco de câncer radioinduzido é extremamente baixo, tendo em consideração as doses de radiação envolvidas em cada exame. E não existe estudo que demonstre que os riscos excedem os benefícios, na faixa etária recomendada.

 

7. Citação de absurdos como “uma biópsia leva a desenvolver câncer” foge à compreensão de qualquer médico com o mínimo de conhecimento na área oncológica.

 

Dessa forma, a indignação é porque muitas mulheres que assistem a esses vídeos podem considerar não realizar a Mamografia. E isso pode significar a perda da chance de detectar o tumor de mama em uma fase inicial, em que se pode oferecer a possibilidade de cura e tratamentos menos agressivos.

Comissão Nacional de Mamografia – Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Sociedade Brasileira de Mastologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

FONTE: http://conter.gov.br/