Um procedimento que substitui a químio e radioterapia no combate às células cancerígenas ganhou força na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Por meio de nanotubos de ouro, os estudiosos conseguiram combater o cancro em ratos de laboratório e comprovaram que, além de detectar tumores, o material é capaz de transportar medicamentos e atacar diretamente as células malignas.
Responsável pela equipe de estudos, o cientista Sunjie Ye explica que as pequenas partículas douradas conseguem agregar o diagnóstico e a terapia num único sistema. “A quimio ou a radioterapia são as alternativas que geralmente são oferecidas após a remoção de um tumor. Mas, esses tratamentos podem causar sérias consequências”, explica.
O comprimento dos nanotubos usados na investigação foi controlado de forma a terem as dimensões certas para absorverem um tipo de radiação infravermelha – a Near Infrared, em inglês -, e que é captada, em parte, pela pele humana. Ao comentar o procedimento, Sunjie explica que os nanotubos não oferecem perigos para a saúde. “Quando eles viajam pelo corpo, eles brilham juntamente com a radiação infravermelha e a absorvem. Esta energia é transformada em calor semelhante àquele que é gerado pelo Sol ou pela pele. Ao usar um raio laser, a temperatura ao redor dos nanotubos aumenta rapidamente”, esclarece.
A atividade dos nanotubos de ouro dentro do organismo vivo foi observada através de uma nova técnica: a “tomografia optoacústica multiespectral”, que é semelhante às radiografias, que conseguiu detectar o ouro no organismo dos ratinhos. Por fim, as partículas não constituem quaisquer perigos para a saúde, uma vez que são expulsas juntamente com as fezes.
E no Brasil?
Em 2013, três estudantes da Universidade de São Paulo (SUP) publicaram artigo sobre o uso da nanotecnologia em medicina. No estudo “Nanotecnologia em Medicina: Aspectos Fundamentais e Principais Preocupações”, os autores concluíram que, “para que toda essa inovação e desenvolvimento nano tecnológico chegue ao mercado nacional e/ou internacional é necessária uma preocupação pontual no desenvolvimento de padronizações e regulações que possam ser associadas aos certificados e guias ISO já existentes, levando o mercado brasileiro a um novo cenário”.
> Clique aqui para ver a matéria no site da Universidade de Leeds (em inglês).
Clique aqui para ver o estudo da USP.
05/03/15